domingo, 31 de janeiro de 2010

Parafuso

Há alturas em que começamos, por assim dizer, a "bater mal"!
É normal acontecer. É fruto do stress que nos trazem as responsabilidades.
Com responsabilidades acrescidas, acabamos por sentir mais do que noutros tempos.
Quem é que não se lembra dos "bons velhos tempos" em que fazíamos o que queríamos, não devíamos satisfações a ninguém e, caso algo corresse mal, "paciência"?
Pois! Mas agora, as coisas são diferentes. É uma daquelas chatices irreversíveis e "indesligaveis" do fenómeno de crescer.
Acho bem!
Afinal de contas, esses outros tempos eram tempos de descontracção, mas não eram tempos de liberdade, não eram tempos em que éramos os senhores do nosso destino.
Agora, há responsabilidades, mas também há prémios, ou "últimos lugares", não sei.
Hoje, nao estou muito inspirado para a escrita. Ou estou stressado! É normal, I guess, mas que me põe nervoso, põe...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Habeas Corpus

Derivado etimologiacamente do latim, e propagado na Constituição como um direito fundamental do arguido, significa, na sua tradução literal "que tenhas o teu corpo", consistindo, basicamente, no direito do arguido ser colocado perante o juiz em situação de prisão ilegal.
Não obstante o seu significado para o direito processual penal, o habeas corpus que eu preciso não me é atribuído por nenhum magistrado.
Na verdade, nem sequer podemos falar de um direito que me assiste, pois, não se trata do meu corpo.
Esse, já o tenho. Está cansado, dorido, em baixo de forma e parece que já não tem aquela resistência de outros tempos para fazer noitadas, excessos e sempre sem queixar (muito).
Mas, mesmo talvez não com essa capacidade, não é esse corpo que eu quero ter, pois já o tenho.
Este corpo stressado, confuso e, muitas vezes, sem grande capacidade de compreensão, já está comigo há tempo suficiente para o conhecer.
Já lhe conheço o cheiro, as vontades, as birras e os desaforos.
Não. Eu quero e esse corpo que me aquece nas noites frias, e que me traz a tranquilidade de não existir absolutamente mais nada fora daquelas quatro paredes.
É esse corpo que eu quero ver apresentado perante mim. É esse o corpo que eu quero cheirar, não porque já me esqueci do cheiro, mas antes porque o seu cheiro não tem forma de me abandonar.
Acho que aquilo que estou a sentir é saudade. È falta. É o desejo de ter esse corpo só para mim, para que possa ficar colado ao meu.
É esse corpo que eu sinto falta de agarrar, de abraçar, de proteger desses monstros que vivem debaixo da cama.
Estou a falar de desejo? Luxuria?
Não! Estou mesmo a falar de carinho, de afecto. Estou a falar do sorriso que nos ilumina o dia, e das palavras doces que nos protegem de um futuro incerto.
Estou a falar das mãos que, junto às minhas, me dizem que vai correr tudo bem, que não há motivos para preocupações.
Estou a falar daqueles pés que se enrolam nos meus, alegadamente, para ficarem quentes, mas que me transmitem a mensagem que não vou a lado nenhum.
Não porque não sou livre de o fazer, porque sou, mas porque não há motivo algum no mundo que me faça abandoná-los.
Sinto falta, mais do que desse corpo, pois, na verdade, não é de um corpo que falo, mas de, esse afecto.
Sinto a falta desse afecto, não porque se tornou restrito a mim, mas porque me vejo num ponto em que não me é possível gozar do carinho que esse corpo me dá.
Tudo por circunstâncias externas a mim, à minha vontade mas, sobretudo, à sua vontade.
Também esse corpo se vê privado daquilo a que tem direito, daquilo que merece e daquilo que, por legitimo direito, deveria estar a usufruir, mas que, por causa de uma fatalidade da vida e do destino, se vë enclausurado numa solidão imposta por uma obrigação que nada lhe diz.
Esse corpo, sim, é a vitima de uma escolha que eu ainda não estou certo se fiz, ou deixei que fizessem por mim, mas, mais do que eu, é esse corpo que está a pagar.
"Habeas Corpus", para que o teu direito natural à felicidade não seja violado pelos juízes do destino!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

No ínicio,

Este é o post inaugural deste blogue que tem o objectivo muito preciso de se encontrar, e encontrar o autor, dado que nem este sabe do que irá escrever, nem o blogue fará ideia do que nele vai ser escrito.

Se calhar, até aqui vão ser escritas e postas ideias que se podem muito bem contar à minha mãe, mas, provavelmente, não lhe vou contar. Pelo menos, a história toda.

Assim, podemos começar por falar das razões que me trazem a este espaço.

Ora bem, aparte do óbvio de ter um ecran, um teclado e uma ligação ao ciber-espaço, aquilo que me traz aqui é, sobretudo, saudade.

Por alguns anos, mantive um blogue. Tudo começou por despique com alguém, mas, com o tempo e com o amadurecimento, acabou por se tornar algo autónomo dos sentimentos iniciais, para se tornar em algo vivo, algo da minha imaginação, da minha critica e da minha ironia e um sítio onde eu escrevia com gosto, com força, com vontade.

Mas, os tempos mudaram. Comecei a sentir-me observado, com público, com..."seguidores", e, de repente, já não estava a escrever para mim. Estava a escrever para o meu público.

Nesse dia, resolvi fazer o que era melhor para quem, pura  e simplesmente, escreve por gosto: MATEI-O!!!

Matei-o e fui-me embora para não voltar. Pelo menos, para ali.

Mas, a verdade é que tem acontecido tanto, tenho vivido tantas coisas que, pura e simplesmente, tenho a vontade de escrever. Tenho a vontade de poder mandar as minhas"postas de pescada", poder dizer o que penso e aquilo que sinto, ou aquilo que não sinto, mas que devia sentir.

Basicamente, apetece-me voltar ao ínicio. Aos dias em não havia seguidores, mas em que eu expunha as minhas ideias, aos dias em que escrevia porque me aborrecia com algo, ou alguém me fazia feliz, e não porque escrevia pelo facto de alguém querer ler.

É isso que pretendo com este novo sítio: começar de novo, uma nova escrita, uma nova vida.

Assim, ainda não sei do que escrevo aqui.

Só sei que o vou fazer.

Sejam bem-vindos!


PS: Ah, e não se espantem se eu puser músicas parvas, ou, mesmo da Celine Dion.... O blogue é meu e eu faço o que eu quiser...