domingo, 10 de outubro de 2010

Crónica de um fim-de-semana

Esta é a história do fim-de-semana de dois amigos meus.

Na verdade, nem são bem meus amigos. Ele é o primo de um tio de um cunhado de uma amiga de um sujeito que tem um cliente cujo advogado é irmão da secretária de um atelier cuja dona é casada com o dono da bomba de gasolina onde costumo abastecer.

De facto, nem os conheço, e de forma alguma me iria pôr aqui a falar de algo que pudesse consistir na minha experiência pessoal. Não! Esta é a história dessas duas pessoas…

Ora bem, a Urraca e o Fernando, casal que já vive muito feliz, desde há largos meses, no início do seu pacato namoro, gostavam de trocar presentes nas alturas especiais, aliás, prática que ainda hoje subsiste e eles gostam assim! (Manias!)

Ora, numa dessas alturas festivas, de já há muito tempo, a querida e adorável Urraca ofereceu ao seu querido Fernando, uma dessas experiências d’”A Vida é Bela”.

Oh, o Fernando adorou! Afinal, era uma prenda cheia de significado: era a experiência “In Love”, que continha “80 experiências românticas para 1 ou 2 pessoas”. (1 ou duas??????).

Ora, depressa o Fernando se pôs à procura no belo catálogo de experiências, de uma experiência que lhe agradasse a si, e também à sua amada. Convinha era ser num sítio simpático, não muito longe de Lisboa, para poderem passear um bocadinho e não ser apenas um dia ao volante, e também precisa de ser uma experiência enriquecedora e, sobretudo, romântica.

Ora, depois da consulta, lá encontraram um sítio assim.

Na verdade, a descrição mesmo parecia o local ideal para cumprir os desejos destes nossos amigos:

De facto, segundo a descrição do local (cujo nome não será divulgado, uma vez que isso seria uma atitude de muito mau gosto, e, portanto, não o farei, embora os curiosos possam, para satisfazer a sua curiosidade, clicar aqui) “conjuga tradição com simplicidade e modernidade, num espaço rústico, confortável e tranquilo. Numa área natural de 60 hectares, integra uma piscina biológica, uma das principais atracções da casa. Situada em Grandola, rodeada pelas mais belas praias do nosso país, esta herdade é o refúgio ideal para quem deseja respirar a verdadeira alma alentejana”.

Ora, esta descrição acaba por quase convencer qualquer um. Ainda por cima, o cheque presente dá acesso a “uma noite de alojamento com pequeno-almoço para duas pessoas”. Sounds Great!!!

Uma visitinha ao site, e acabam os nossos amigos por ficar convencidos. Afinal de contas, as imagens que de lá se colhem são fantásticas. Uma casa grande, um parque de estacionamento bastante razoável, e muitos espaços verdes. Parecia perfeito. Tanto que, tentando reservar a sua estadia já em Fevereiro, Urraca e Fernando apenas conseguiram uma reserva para 9 de Outubro. Bem, ainda faltava muito tempo, mas eles sabiam que o seu namoro seria duradouro, e não tiveram medo de arriscar. Afinal de contas, o que lhe fora prometido iria valer a pena!

Ora, no grande dia, Fernando e Urraca apressaram-se a sair de casa. Apesar da chuva, eles não estavam preocupados. Afinal de contas, era o tal sítio que os esperava, e eles estavam ansiosos pela sua “In Love Experience”. Assim, partiram em direcção a Alcácer do Sal, descontraídos, pois até tinham avisado que não chegariam cedo, no seu clássico Mercedes, para passearem um bocadinho, e aproveitarem para namorar pelo caminho.

Até aí, tudo perfeito, até já nem chovia tanto assim, e os apaixonados continuam felizes em direcção à felicidade.

Pararam em Alcácer do Sal. Terra bonita, descansada, e solarenga. Eles gostam de terras solarengas, e foram almoçar.

Ah, o restaurante onde foram muito bem recebidos, tinha iguarias de comer e chorar por mais. Apesar de, mais uma vez, não me encontrar aqui a fazer publicidade, o restaurante, cujo nome também não vou divulgar, era absolutamente óptimo, com entradas variadas e deliciosas e, nem o vinha do casa (o vinho da casa!!!) conseguia desiludir. Os meninos ficaram fãs. Até na hora de pagar a conta, porque não doeu quase nada.

Ora, de barriga cheia, são horas de se fazerem à estrada, para uma pequena terra perto da Comporta. Ah, as enormes rectas do Alentejo permitiram a Fernando puxar pelos cavalos do seu Mercedes, enquanto o tecto de abrir (lá está) aberto, permitia a Urraca gozar os últimos raios de sol, antes da chuva. Até ali, tudo perfeito.

Chegados a Muda, saíram da estada principal. Já estavam perto. Tão perto quanto 4 km de estradão de terra esburacada pelas chuvas e pela falta de manutenção permitiam.

Aí, quem se divertiu foi Urraca, ao ver Fernando a "ziguezaguiar" a estrada procurando não acertar nos buracos todos com o seu velhinho, mas capaz, automóvel. Ah, mas iria valer a pena!

Ora, depois dos tais quatro quilómetros, os nossos amigos chegaram. De facto, desde a entrada até ao prometido parque de estacionamento, estava a ser tudo o que fora prometido. Desde o parque grande, a floresta, a casa das fotos, estava tudo no sítio, e tudo com óptimo aspecto. Estavam ali.

Curiosamente, no preciso momento em que Fernando está a sair do carro, o seu telemóvel toca. Era o senhor José Bastos, concerteza preocupado por talvez se terem perdido, e nada a ver com o facto de estar com pressa para sair.

Mas, ora que já cá estávamos, entregávamos já o “voucherzito” pois, afinal “já fica feito, não é?”…

A Urraca e o Fernando também não se importaram. Afinal de contas, queriam também despachar as formalidades e começar a gozar do espaço que tinha sido prometido.

Afinal, o espaço, era bem engraçada. A casa grande, com aspecto minimalista, mas de bom gosto, com pequenos sofás do lado de fora transmitiam um ar bastante acolhedor.

Também a piscina, que na verdade é um grande buraco com água lá dentro tinha ar rusticamente encantador. Lá ao fundo, desactivado, eventualmente por causa da metereologia, um barzito, bem junto à “piscina biológica”. Parecia um local agradável.

Então, quando iam buscar as malas para descarregar no quarto, a senhora responsável (bruxa) avisa-os que era melhor levar o carro (mas, então e a casa com aspecto agradável???), porque ainda iam ficar um bocadinho afastados da casa principal. Bem, se afastados, “tanto melhor”, ainda pensam estes heróis acidentais. Sempre dá para ter “sossego”…

E lá foram eles atrás do carro da senhora que, antes, ainda os avisa que “nós não servimos jantares. A vila é para ali!”. Se calhar, podia ser um bocadinho mais simpática. Não sei, eventualmente, até podia aconselhar um restaurante simpático para ali na vila, mas devo ser eu a ser esquisito…

E, dali a um bocadinho, chegaram aos…bungalows…

Um corredor de cinco quartos geminados, absolutamente no meio de nada, todos juntos, com um pequeno alpendre. Mesmo assim, parecia simpático, até porque, mesmo em frente ao quarto, entre duas sólidas árvores, estava uma bela rede para casal onde Fernando e Urraca já se imaginavam a aproveitar o seu tempo de ócio. Mas vamos lá ver o quarto…minúsculo.

Todo em madeira, sem espaço para se mexerem, e com duas camas individuais, também de madeira que, devido ao seu formato, não permitiam o habitual exercício de se juntarem. Pois é, a brincadeira ia ser difícil. Quanto à casa de banho, minúscula. Tão minúscula, tão minúscula que o chuveiro não permitia que uma pessoa mais anafada (não que seja este o caso pois Urraca e Fernando são duas pessoas bastante atléticas e elegantes) não conseguiria mexer.

“O quarto, a casa de banho. Tem ar condicionado, tv e um frigorifico”, disse a senhora um pouco chateada da vida, e foi-se embora.

Era verdade, e, apesar de minúsculas, as divisões estavam limpas. De facto, estavam tão limpas, tão limpas, tão limpas…que a casa de banho nem um sabão azul e branco tinha.

De facto, não tinha nada. Havia, simplesmente, duas toalhas e… dois rolos de papel higiénico. Sabem que as pessoas no campo se safam com pouco…

Ora, perante tal situação, saem do quarto. Aí, Fernando decide experimentar a rede. Mal se sentou…a corda cedeu e estatelou-se no chão, ainda lhe batendo uma trave na cabeça…

“Ora bolas”, pensa ele. Urraca, por sua vez, demorou meia-hora a conter o riso. Admitamos, foi engraçado e Fernando não lhe levou a mal que tivesse tirado fotos e ligado para outras pessoas a contar do sucedido enquanto ele tentava levantar-se do chão…

O que os dois levaram a mal, foi o facto de não terem o mínimo dos mínimos para a sua higiene. Parvos, já deviam saber que essas coisas se levam de casa…

E pronto, pegaram no carro, foram pelo belo estradão de terra, que estava cada vez pior, e foram em busca de um qualquer supermercado para adquirirem as coisas básicas para a sua higiene pessoal.

Lá encontraram um. Foi o que lhes valeu.

Pelo sim, pelo não, também compraram umas revistas. Afinal, uma vez que, quando Fernando perguntou a Urraca que cama é que preferia, alguém respondeu do quarto ao lado, os dois não ficaram muito convencidos com a capacidade de insonorização da sua “cabana”. Lá teriam que ficar apenas com o amor, e com as revistas…

E lá voltaram.

Ao chegarem, lá desligaram o mínimo frigorífico que, apesar de arrefecer, a sua função era, sobretudo, fazer o máximo de barulho alguma vez feito por um mecanismo inventado pelo homem. Lá ligaram o ar condicionado, que não funcionava…

Bem, neste ambiente, o melhor era mesmo ligar a televisão… que apenas se mantinha ligada por cinco minutos (cronometrados no próprio ecrã, e que tinha o vasto número de …0 canais(exacto: zero canais).

Perante esta desgraça, só faltava mesmo chegarem os “vizinhos”, e aí, reparam que se ouvia mesmo tudo! Talvez por isso, nenhum dos hospedes das “cabanas” terá ido para além de apenas uma conversa. A falta de insonorização tem destas coisas…

Pior, pior, seria apenas o facto de terem, alem de dormir mal, acordado porque…a cama cedeu!!! Ah pois, a cama cedeu, e não foi bonito. Por outro lado, temos de admitir que poderá ser propositado. Afinal de contas, é o despertador mais eficaz do mundo!

Lá saem eles da cama (que remédio) e toca a fazer a higiene pessoal (até porque, graças ao Intermarché de S. André, já tinham com que se lavar).

Saem da cabana e, todos os outros hospedes levam a mesma cara. Não houve um único que se tenha safado, assim como nenhum conseguiu dormir, ou sequer havia alguém encantado com tal sítio de amores…

Ah, o pequeno-almoço certamente os ia animar. Num alpendre, onde ainda se apanhava uma boa dose de chuva, porque a casa principal era mesmo do senhor Bastos e dos seus canideos e não se ia levar malta estranha lá para dentro, mesmo que pagassem (alguns quartos igualmente maus custavam… bem… vão ao site…).

Assim, duas bancadas que não permitiam albergar toda a gente e…cheias de vespas… ah pois, vespas, montes delas a voar no meio deles… se calhar, o facto da caseira ter posto comida para elas (!) ajudou…

Ora, não seria nada demais, pois não? Afinal, o que interessa que estejam vespas à volta dos hospedes enquanto tentam comer? Bah… mariquinhas da cidade, e isso da alergia de picadas de insectos é outra mariquice…

Claro que, quanto ao pequeno-almoço em si, bem, o pão de ontem, com uma fatia de queijo e outra de fiambre, acompanhados de sumo de laranja (de pacote) estavam a saber menos mal…até ao momento em que as vespas caem dentro do café com leite vindas directamente do recipiente do açucar…

Hora em que Fernando e Urraca entregaram as chaves e se puseram a andar bem depressa, nem ligando aos buracos da estrada de terra. Queriam era estar longe.

De facto, só pararam em Tróia.

Ah, aí sim, divertiram-se, passearam, andaram de barco. Ufa, com excepção do almocinho do dia anterior, finalmente, momentos perfeitos.

Quer dizer, na verdade, mal estacionaram, o belo e clássico Mercedes fez das suas, recusando-se a fechar o belo do tecto eléctrico…num dia chuvoso.

Nada que os tivesse atrapalhado. Deixaram-no assim, para aprender.

E, de facto, o coitado do carro aprendeu. Enquanto foram eles conhecer Tróia, ao que parece, a que não é verdadeira, nas palavras de alguns, choveu. Bem, funcionou porque logo que chegaram o tecto já funcionava às mil maravilhas.

Ainda bem. Afinal de contas, já era hora de ir para o barco, e assim foram.

Bem giro. O carro lá em baixo, eles a namorarem lá em cima, enquanto sentiam a brisa. Sim, bons momentos, momentos felizes. Quer dizer, não que não se tenham divertido antes, mas isso porque Fernando e Urraca são seres que conseguem fazer a festa em qualquer lado, porque, pelas circunstâncias, bem… vamos continuar a contar a história.

Chegados a Setúbal, porque não um choquinho frito?


Ah, óptima ideia. De facto, Urraca até conhecia um restaurantezinho bastante simpático.

Lá foram eles, pediram, receberam e, mesmo quando Fernando se estava a regozijar com o belo do choco frito acompanhado de um arrozinho com feijões, a velha da mesa atrás decide ter um AVC!

Pois é, lá tem Fernando de se levantar, tentar ajudar e, depois da velha estar quase morta, afasta-se. Toda a gente à volta da velha, a filha irritante dela a gritar, mas, ajudar, não se via muito. Contudo, todos eles tinham algo a tecer acerca do funcionamento dos serviços de emergência. (quer dizer, todos, menos a dona do restaurante que estava mais preocupada em entregar a conta antes de chegar a ambulância… e de Fernando que, na verdade, estava com tanta fome e não podia voltar para perto do seu prato porque estavam todos à volta da velha com dentes postiços e ar cadavérico…)

Depois disso, vieram embora. Seria melhor vir para casa. E assim fizeram.

Bem, Fernando e Urraca não tiveram, eles próprios admitem, o melhor fim-de-semana fora de todos os tempos. Mas, uma coisa é certa: outro casal (qualquer um) teria vindo de lá divorciado.

A verdade é que, eles se conseguem divertir com tudo, até com as desgraças que lhes acontecem, e, na verdade, nada disso acabou por lhes estragar o fim-de-semana.

Acima de tudo, terá sido uma prova de força, e eles passaram impecavelmente o teste.

Não obstante, decerto se ficaram a interrogar acerca do facto de Deus ter um sentido de humor um bocado macabro.

É que, afinal de contas, a velhota bem podia ter esperado que as outras pessoas almoçassem…










































































































































quinta-feira, 7 de outubro de 2010

need for speed!

Ah, como eu gosto da chuva, a cair, quando estamos no quentinho da cama, e não temos preocupações para além de dormir mais um pouco.


Contudo, muda de figura quando a chuva se torna a nossa companheira, a caminho do trabalho.


Ah, sim. Aí, a chuva faz-nos sentir vivos, se bem que possa não ser muito tempo.


Afinal de contas, o homem, e a mulher, assim como o idoso e o condutor de transportes públicos, todos gostam de viver a vida naquele linha divisória, e sentir o perigo perto para, depois, soltar um "Simmmm!!! CONSEGUI!!! SOU O(A) MELHOR CONDUTOR DO MUNDO!!!!".

É claro que, uma vez que somos portugueses, e, por definição, pelintras, não temos tantas possibilidades de viver perigosamente como fazem, vá, aqueles gajos das Arábias.

Sim, eles divertem-se. Eles fecham auto-estradas para fazer drag races com os seus SLR's, Lambos, Enzos e companhia.

Eles têm Defenders preparados para subir dunas a 160 km/h e, depois, fazer piruetas ao cair.

Ah, sim, eles divertem-se e vivem perto do perigo! Sacanas.


Ora, nós, portugueses, pelintras que somos, não temos acesso a esses meios fantásticos para roçar a loucura.


Em vez disso, temos os nossos Clios com 15 anos, os quais consideramos como "The Ultimate Driving Machine", mas só se for o 1.2, porque o 1.0 já não era tão Sporty! E os nossos 206, artilhados com todos os neóns e escapes que o ordenado mínimo pode comprar.


Aqueles mais abonados, sempre se podem dar ao luxo de fazer pirraça aos outros, e passearem-se no interior dos seus Saxo Cup, lá do alto dos seus motores 1.6 (se bem que o rendimento mínimo de reinserção já se torna parco para satisfazer a necessidade de gasolina).


Ah, mas isso, somos nós, com as nossas máquinas desportivas de sonho (sonhos pequeninos e limitados, é certo, mas de sonho!).


Ora, esses sacanas desses árabes, com as suas máquinas e auto-estradas fechadas de propósito, e dunas infindáveis podem divertir-se à vontade. Afinal de contas, nós, com recursos bastante mais limitados, também o sabemos fazer.


Podemos não ter troços de auto-estradas fechados, mas temos auto-estradas, e sabemos usá-las.


Afinal de contas, o Tuga é um perito do volante, um autêntico Schumacher, mas na versão do desenrasca.


É assim que nós gostamos e, na verdade, assim é que dá mais pica.


Ora, se nós quiséssemos andar a correr em condições mínimas de segurança, ora, tínhamos ido para uma pista, mas, qual é a piada? Os obstáculos não se movem…


Não, nós gostamos é da estrada, e é ela que nos dá pica. Fazer ultrapassagens em cima do risco, com um camião a vir de frente e, eventualmente, uma velhota num “mata-velhos” a sair para cima de nós.


Isso sim, dá pica. Acelerar no nosso Clio 1.2, ultrapassar a velha quando ela se começa a chegar à esquerda, com o risco contínuo a servir de fio condutor, e os faróis do camião que vem de frente a darem-nos nos olhos. Isso, sim! Isso é pica! Isso é pilotagem! E é nisso que nós somos bons.


É por isso que nós tanto gostamos de chuva! Afinal de contas, a chuva torna a estrada mais escorregadia, ideal para fazer a “limpeza étnica” dos maus condutores!


Por isso, assim que começa a chover, e o solo começa a ficar um bocadinho escorregadio, o bom condutor tuga esboça um sorriso, os seus olhos brilham, e o Hulk que há dentro de todos nós fica verde!


É hora do Tuga se fazer à estrada, exactamente como se estivesse piso seco, ou, melhor, mais depressa e bem do que se o piso estivesse seco.


Afinal de contas, é aí que se mostram os verdadeiros condutores, no meio do trânsito, sempre a acelerar, no zigue-zague, nos 170, na maior.


É assim que o Tuga consegue a sua adrenalina.


Alguns, mais do que adrenalina, também conseguiram umas cerimónias fúnebres muito bonitas e cheias de flores, mas lá que foram com a pica todo, foram (quer dizer, de vez em quando, há partes que ficam entranhadas nos pára-choques, mas quem liga a isso?).

domingo, 3 de outubro de 2010

A Chuva!

Ah, como é chato acordar tarde, num domingo, e constatar que o tempo está tudo menos convidativo…



Quer dizer, não chateia. Até sabe bem constatar que não há nada para fazer lá fora porque nos poderá trazer um certo desconforto (chuva e frio), e que, tranquilamente, podemos gozar os pequenos prazeres de dormir até mais tarde, no quentinho conforto da nossa cama, sem remorsos de não estarmos noutro lugar.


Afinal de contas, não é que estejamos a negligentemente a perder um dia de praia, não é?


Neste sentido, nem posso dizer que não goste do mau tempo. Afinal de contas, o mau tempo permite-nos o repouso e o descanso sem remorsos de não estarmos a fazer actividades radicais susceptíveis de nos quebrarem as costas porque temos de mostrar ao mundo que somos pessoas aventureiras e activas.


Pá, eu já vi o sujeito aventureiro e activo no Discovery Channel e, pá, como eu que posso dizer isto de uma forma suave?


Ah, já sei: EU NÃO TENHO O MÍNIMO INTERESSE DE CONHECER OS CANTOS MAIS SOMBRIOS DO MEIO DA PATAGÓNIA!!!!


Assim, deixem-me lá ficar no meu conforto a gozar a vida, bem, como realmente gostamos de a gozar.


Ora, por isso, o mau tempo não me chateia por aí além. De facto, em algumas situações, o mesmo é muito bem aparecido.


Aquilo que realmente chateia, é o facto de ser domingo!!!


Ora, chuva e frio numa segunda-feira, continua a ser chato, mas, ao domingo, é demais!


Afinal de contas, na segunda-feira, as pessoas andam por aí cabisbaixas, deprimidas e a arrastar-se pelas paredes. Afinal de contas, é segunda-feira, esse dia malvado da semana em que iniciamos um novo período de trabalho, que temos de nos mexer, quando já não há futebol, formula um nem, vá convenhamos, quantas noites de copos é que já tiveram numa segunda-feira que não seja véspera de feriado?


Ora, por isso tudo, e mais qualquer coisa, a chuva até pode não ser bem-vinda à segunda-feira, mas, desgraça por desgraça, é indiferente.


Contudo, num domingo, na ultima réstia de esperança para o descanso, para o lazer e para o divertimento antes de começar a tortura laboral por mais cinco dias (sim, eu sei que na terça voltamos a casa porque é feriado, mas isto é suposto tornar-se um post intemporal…), a vinda antecipada da chuva e do frio, acabam por nos matar um bocadinho a alma.


"Oh desgraça! Oh vida malvada! Oh triste existência que me trouxeste chuva no meu último dia de liberdade antes de ter de ir trabalhar para aquelas pessoas feias, porcas e más" (na verdade, os patrões também sentem os mesmo, mas atiram as culpas para cima do governo do fisco e sucedâneos vários)!


A vida assim. A chuva aparece, chateia, e vai-se embora.


Provavelmente, amanhã, até fará sol, mas disso já não nos vamos lembrar porque já estaremos em torno do nosso estado depressivo porque, vá, é segunda-feira.


Agora, lá que sabe bem estar no quentinho de casa com a chuva a bater nos vidros das janelas, deprimentemente, isso sabe!


Boa semana de trabalho.