sábado, 27 de fevereiro de 2010

dormir...

Dormir nos braços de alguém é algo que não se explica.


É algo que, ou o fazemos e sabemos do que estamos a falar, ou, então, não o fazemos e apenas imaginamos o que poderá ser.

Se imaginarmos, infelizmente, não teremos nem uma mínima ideia do bom que é.

O acto de dormir nos braços de alguém não é algo que se faça por fazer.

Há toda uma mística neste acto. Na verdade, há uma entrega que, se calhar, a maior parte das pessoas não se apercebe.

O acto de dormir nos braços de alguém é algo que exige mais do que uma cama e um par de braços. Sem duvida que muitos dos leitores assim o fazem e continuam a viver felizes. É normal.

Agora, já repararam que, enquanto vocês dormem nos braços de outra pessoa, ou outra pessoa dorme nos vossos braços, mais do que o simples acto de estar quentes, aquilo que realmente existe é um acto de entrega?

Dormir nos braços de alguém é o acto de mais confiança que se pode fazer.

Reparam aqueles que não concordam, e leiam aqueles que sabem do que eu falo.

Deitar com uma pessoa é um acto relativa mente banal.

Tudo depende do desejo e da existência de uma cama.

Contudo, adormecer com alguém, e principalmente, adormecer nos seus braços, num quente e reconfortante abraço, é um acto total de entrega.

Quando adormecemos, baixamos as nossas defesas, deixamos de estar alerta e, simplesmente, confiamos que, durante o nosso sono, a pessoa que está a agarrar-nos, mais do que não nos fazer mal, nos vai proteger.

Podemos até não proteger. É um facto da vida. Afinal de contas, nem tudo depende dos nossos fortes braços, mas continua a ser esse o nosso trabalho – o de proteger quem em nós confia e quem nos ama – e sempre o será.

E a pessoa que nos abraça e se enrosca em nós sabe disso, e confia em nós. Por isso, mais do que confiar em nós, confia-se a nós.

Dormir nos braços de alguém é, por isso, mais do que dormir. É carinho, é entrega, é confiança.

No fundo, é amor!

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